Sem luta não há conquista
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- Criado: Domingo, 06 Agosto 2023 19:28
A historia não é apenas para ser lida e contada, é para servir de exemplo e também corrigir erros e distorções do passado. Em junho de 1997, deflagramos a greve das praças da PMMG.
Saímos às ruas para cobrar respeito à dignidade humana, sob todos os seus aspectos, nas relações interpessoais dentro das instituições de segurança pública, uma vez que vivíamos debaixo do chicote chamado RDPM – Regulamento Disciplinar da Policia Militar –, um instrumento perverso, que submetia as praças a um tratamento desumano, humilhante e degradante, que violava a essência humana.
O outro ponto em destaque eram os salários miseráveis, que até mesmo parte dos oficiais recebiam. A dignidade também é violada quando um servidor policial não consegue ofertar a sua esposa e filhos as necessidades básicas, como moradia, alimentação, saúde, transporte, educação, etc. Foi por tudo isso que lutamos bravamente, fardados, e rompemos com o medo que nos aprisionava por mais de dois séculos.
Depois de muito lutarmos, alcançamos a representação política, que nos permitiu conseguir dezenas de conquistas e melhorias para a classe da segurança pública, dentre elas a elevação do patamar salarial a uma situação confortável, cômoda, até mesmo de nossos algozes do passado, o que hoje os levaram a pouco se importar com as dificuldades e angústias daqueles que estão no andar debaixo das instituições. Uma casta permanece inerte! Não se preocupa em cobrar do governo as melhorias para seus comandados. Eles não querem saber de problemas dos subordinados, mas não falta disposição para cobrar os números e as metas. Afinal de contas, MG precisa continuar sendo o Estado mais seguro. Inclusive, parte de seus salários é devolvida no chamado “abate teto”. Enquanto isso, a base vem sofrendo por absoluta frieza, falta de compromisso e do cumprimento da palavra do governo com a política de valorização profissional.
É hora de voltarmos nossas atenções aos mais necessitados, aos que mais sofrem com a perda do poder de compra, pela corrosão inflacionária. Vamos iniciar uma nova luta, buscando corrigir as distorções entre o vencimento básico das carreiras iniciais e o vencimento básico do topo da pirâmide.